bodas de ouro
Quem nunca viu um casal de idosos implicando um com o outro? São pequenas picuinhas: o café que está frio, o cigarro que faz mal aos pulmões, a lentidão dela, as manias dele. Em “Bodas de Ouro” não é diferente. O casal vive as agruras da velhice nessa convivência de implicâncias, permeada pelo amor que os une para vencer as dificuldades que aparecem.
Primeiro a falta de dinheiro, revelada no corte do gás, da luz, na sopa rala e no prato vazio. Depois as dores do passado, e as do presente: a falta de um filho e de uma família mais numerosa. Bate-lhes a certeza de que estão sozinhos no mundo. Por fim, descobrem que para a Previdência Social estão mortos. A morte aparece como uma grande metáfora em contraposição à vida. Falta ao casal o passado, representado pelos amigos já falecidos, o presente, vivido pelas dificuldades financeiras e de saúde, e o futuro, pela ausência de uma descendência. Ademais, são poucos os móveis, as roupas e as esperanças. Eles têm apenas um ao outro e é nessa cumplicidade de vida que reside o amor.
FICHA TÉCNICA:
Da obra de Vicente Maiolino
Direção Artística: Márcio Roberto
Elenco: Mariana Zanette e Julio Cristiano
Sonoplastia: Alisson Diniz
Cenário: Adriana Espósito
Iluminação: Jorny Robert Wall
Figurinos: Luiz Afonso Burigo
Maquiagem: Lilian Marchiori
Fotos: Chico Nogueira